16.9.08

Devaneio


Por esse dias eu não tive inspiração, para tudo quanto é lado que eu olhava, não via além do vazio, do oco, do nada. Não via paixão - que é o que me encanta e me faz querer colocar pra fora, mesmo que não seja da forma que tanto desejo, que, pretendo um dia alcançar.
Sem encontrar paixão no mundo lá fora, fui procurar no mundo aqui dentro, para a minha surpresa espantosa, não era diferente: Era também vazio, oco e coisa alguma.
Num passo de melancolia, me vi murchar como uma rosa que um dia foi linda. Outro passo e percebo que algo dentro de mim está prestes a explodir. Não, não sei o que é, mas me parece que algo precisa morrer para que outro algo possa nascer. Muitos sentimentos, pensamentos, mutações... não caminham juntos, um vem sempre depois do outro. Um é expelido e outro absorvido.
Não me sinto outra pessoa, na verdade, ainda não me sinto. Mesmo sendo a mesma pessoa em todos os complexos dias da minha vida, não sou igual. Então, me perder de mim por alguns dias não me torna desconhecedora de mim mesma, me torna desconhecedora do que posso vir a ser de diferente quando me sentir outra vez. E, sinceramente, não me preocupo. Acho fantástica as mudanças que sinto logo após. Os meus melhores momentos comigo mesma são estes no qual preciso outra vez ser apresentada a mim.

Situações muitas vezes pedem mudanças, assim entendo. Pode ser que não tão longe da evolução, mas muito perto da mudança, da adaptação.
Não sou tão boa com as palavras ditas, muitas vezes elas têm efeitos contrários do que desejo, talvez por eu ser um tanto direta quando resolvo falar, por muitas vezes ser também agressiva da boca pra fora. A escrita pelo menos nos dá a possibilidade de serem lidas e relidas para uma melhor interpretação talvez. Nada fica dito pelo não dito, porque está aqui, marcado com a sua letra. Você tem que assinar, é seu.
As vezes eu me pergunto porquê escrevo. Por que estou escrevendo agora? Havia dito que me encanto e me inspiro pela paixão que vejo nos objetos, nas pessoas... nada disso há aqui.

Volto já, vou ali me aprofundar na questão.

Talvez eu seja só apaixonada pela escrita.

9 comentários:

Diom disse...

Esses seus sentimentos certamente ocorrem a quase todo mundo nesses tempos pós-modernos, em que somos todos meio fragmentados e dispersos.

Uma dica:
Dê uma revisadinha nesse trecho do texto que está meio estranho:
"para todo enquanto é lado que eu olhava"
Acho que deveria ser assim: "para tudo quanto é lado que eu olhava"

Tânia Mara disse...

Um texto escrito e não revisado sempre dá nisso. Grata pela atenção.

Anônimo disse...

Confesso que me indentifiquei muito com você. Sou uma pessoa muito mutáel, me transformo constantemente. Talvez o fato de que eu sempre aprenda e reflita sobre quem eu sou e o que eu posso melhorar seja uma causa disso. Estou numa fase de vaguidão, e gosto de pensar que alguma coisa boa está por vir. Não veio até agora, mas ainda alimento esperanças.


Algo tem que morrer para que alguma outra coisa possa nascer.



http://ilude.blogspot.com/

DuDu Magalhães disse...

De qlqr forma, é apaixonada por algo, e isso deixa "lá vida" mais bela

Anônimo disse...

Uma necessidade que nos faz pirar a cabeça, suar frio, invade nossos pensamentos, inspira nosso desabafo, nos faz agir por impulso... E quando percebe já está Apaixonada por ela: A escrita. Só isso é tudo.
Sorte dos meros mortais espectadores que por aqui passam.

Anônimo disse...

Escrever é fácil.
Escrever BEM é um DOM.
Parabéns :D



www.digamosque.zip.net

Unknown disse...

Excelente post.Isso me lembra meu "velho" estilo do blog.Mas ainda escrevo algo parecido.Sucesso!

Por Camila Gambetta disse...

faz tempo q eu tbm ñ consigo escrever, por mais q eu tenha inspiração, ñ consigo transmitir meus sentimentos em palavras.

Unknown disse...

Belo texto, muito bem elaborado.
Parabéns

http://pcsouzabv.blog.uol.com.br/

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