Sentada em minha vida cheia de imperfeições e ilusões.

A sensação de alívio e felicidade nos é proporcionada quando esquecemos o nosso sofrimento. O alvo tem que ser a dor do próximo, daquele que te chama para roubar- lhes os ouvidos te fazendo massacrar a mente até transbordar por entre os dentes conselho em pó diluido em água morna. É tão simples o caminho que se trilha para os pés alheios caminharem. Provas que não vivemos, mas que oferecemos como banquete de satisfação garantida.
Ele desviou os olhos de si para ditar regras, criou a imperfeição pelo desejo de ser perfeito, o criador colocou diante dos meus olhos o mundo dele.
E agora, pego a minha ilusão e faço meu mundo, e este deus que crio é somente o delirio humano desesperado por algo maior para se agarrar.
Mas juntei-me para o meu retiro interno e tirei das mãos de minhas dores o dominio de meu ser, acendi minha luz e o criador não está mais aqui.
Agora sou eu com meus tormentos e fantasmas, assim me enxergam os que ainda se encontram no criador. O desinteresse pobre criou todos os deuses ocultando no homem a desumanidade.

Os doentes desprezam o corpo, eles também inventaram essas coisas de redentor com a intenção de fugir de suas próprias dores, porém, procuram ainda na terra e no corpo o sentido do ser.
Houveram os que clamaram por Deus cegando os olhos e repudiando a razão porque a lealdade não podia dar-lhes conforto.
Todos que foram e criaram deuses, querem que acreditemos nas dúvidas, porque eles não só acreditam em plano celestial, eles crêem no seu próprio corpo.
O corpo que já nasce doente com seus ditos defeitos de boa vontade se livrarão deles, por isso dão ouvidos aos que sobem no palanque e consagram a morte.

Quais conselhos dignos podes dar aos teus irmãos se tuas rezas não passam de réles palavras fervorosas que não guiam nem os teus próprios pés?
Acreditai no que foges de teus olhos e agarra-te pelos ouvidos, mas acreditai primeiro na força que possuis.