27.12.10

O que parece e não é!


Existem pessoas que nascem com uma facilidade incrível para seguir o seu curso aqui na Terra.
As vezes eu julgo ser azar viver sentenciada a batalhar/modificar meus próprios conceitos e atitudes toda vez que enxergo que algo precisa ser feito para que haja evolução. Entretanto, considero um exercício plausível para a mente, a individualidade e, sim, para a evolução, não só a minha, mas a "externa" também.
Nunca é fácil aceitar mudanças, principalmente, quando já se está acostumado a viver de uma determinada maneira. O fato da conscientização de que algo precisa ser feito é só o primeiro passo para sacudir suas raízes, mas nada termina no reconhecimento de uma falta, e sim, na criação de uma nova oportunidade para ser diferente e realmente fazer com que seja diferente, aqui está o restante da caminhada. O primeiro passo é importante, mas é mais importante ainda saber de que não se pode estacionar ali.
Isso é o que diferencia o homem de uma sombra.
Diferente de muitas pessoas, eu considero apenas os medíocres dignos de pena.
Eles são desprovidos de individualidade, de admiração eterna, de azar, de luta e reais vitórias.
Os medíocres são incapazes de alcançar com suas próprias garras o ápice de uma batalha, eles se arrastam e vivem na sombra dos fortes, se mantém cúmplices da vida alheia.
Eles nunca se questionaram sobre sua própria vida e futuro, se consideram completamente felizes, provavelmente nunca erraram consigo mesmo por nunca terem descoberto seus reais prazes e interesses, e se houve alguma espécie de questionamento, foi em um confessionário. Até suas crises existenciais são precárias.
Eles seguem o caminho de menor resistência, nadam sempre a favor da correnteza e variam com elas, eles são incapazes de nadar rio a cima, não que não tenha nada que os atraiam, mas por serem fracos. São pessoas que crescem pouco, e quando crescem é sempre socialmente, pois aceitam e adaptam-se à hipocrisia social.
Qual a capacidade de uma sombra caminhar sozinha? Elas conquistam a "Honra" e a "Dignidade" na cumplicidade de uma personalidade singular. O brilho, o fogo, a emoção que eles mostram são sempre emprestados.
Eles não possuem um lar próprio por serem incapazes de construí-lo, são como parasitas que se alojam onde tem fartura.


As virtudes reais ascendem diante das batalhas, aqueles que vivem por um milhão de sombras, são aqueles que são donos de seus próprios atos, eles nadam contra a corrente, não se intimidam diante de obstáculos, são leais aos seus afetos e fiéis às suas palavras.
Eles visam seus objetivos e lutam por eles, quando conquistam é de maneira respeitosa e quando perdem, dignificam-se diante da lição.
Eles possuem um linha moral firme que lhes servem de alicerce ou de escudo, eles nunca faltam com a verdade e as conseqüências disso muitas vezes são ingratas, mas sempre válida.
São seres inconfundíveis, sua fisionomia e suas palavras ficam gravadas nas mentes domesticadas e sua singularidade é também admirada pelos distintos.
Por causa deles que a humanidade progride e vive.
Eles centuplicam as qualidades que a maioria possui por migalhas. Somente por eles que existe e se ocupa a história e a arte.
O homem singular e a sombra que vive de migalhas parecem viver em mundos diferentes.
É como o cristal e o barro.
O cristal tem uma forma pré estabelecida por sua própria composição química. Nunca tomará uma forma que não seja a própria.
É como o homem superior, é sempre um em si, nunca é como os demais, se lhe for propício, converte sua energia social projetando seus próprios caracteres criando cristalizações semelhantes a si mesmo, criando formas de sua própria preciosidade.
O barro é o contrário, não possui forma ou preciosidade, ele toma a forma do que lhe convém, das mãos que o manipulam, do meio no qual vive.
É como o homem medíocre, é sujeito a corrosões, ao desmoronamento.
O cristal é raridade, se admira e se cuida. O barro se vende. Aquele que não conhece o brilho de um cristal se considera sortudo por ter encontrado uma forma “lapidada”, até que venha a primeira tempestade que torne outra vez em lama o que um dia pareceu precioso.

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